O segundo local visitado para a realização do diagnóstico participativo foi a Igreja de Santa Luzia do Itanhi, localizada no alto de uma pequena colina, logo na entrada do município. Importante atrativo turístico e cultural por ter sido berço católico do estado, foi nesta igreja em que o padre Gaspar Lourenço celebrou a primeira missa de Sergipe, em 1575. Conversamos com o padre da paróquia há três anos e meio, Genivaldo dos Santos, que relatou detalhes sobre o santuário, no qual a princípio era denominado de Igreja São Tomé. Ao ser questionado pela consultora Gabriela Nicolau sobre as características originais que a igreja ainda mantêm desde a sua construção, ele aponta para as paredes de 1 metro e meio de largura, afirmando que estas são as únicas propriedades originais restantes na igreja. O telhado e o piso foram substituídos algumas vezes, assim como o altar, que hoje é uma réplica do original. Todas as imagens (santas e santos) datadas do séculos XVIII, trazidas pelos fundadores do município de Santa Luzia, foram saqueadas ao longo dos anos. Por requerimento do padre, o IPHAN realizou visitas à igreja para análise de uma possível parceria, porém não houve interesse, uma vez que foi constatado que a igreja foi completamente descaracterizada. Apesar de todos esses obstáculos, o Igreja de Santa Luzia tem uma significativa representatividade, levando em consideração a sua acessível localização e a sua história, que - assim como aconteceu com a maior parte da sua estrutura física - nunca poderá ser substituída.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO – SEDE DE SANTA LUZIA DO ITANHI
O segundo local visitado para a realização do diagnóstico participativo foi a Igreja de Santa Luzia do Itanhi, localizada no alto de uma pequena colina, logo na entrada do município. Importante atrativo turístico e cultural por ter sido berço católico do estado, foi nesta igreja em que o padre Gaspar Lourenço celebrou a primeira missa de Sergipe, em 1575. Conversamos com o padre da paróquia há três anos e meio, Genivaldo dos Santos, que relatou detalhes sobre o santuário, no qual a princípio era denominado de Igreja São Tomé. Ao ser questionado pela consultora Gabriela Nicolau sobre as características originais que a igreja ainda mantêm desde a sua construção, ele aponta para as paredes de 1 metro e meio de largura, afirmando que estas são as únicas propriedades originais restantes na igreja. O telhado e o piso foram substituídos algumas vezes, assim como o altar, que hoje é uma réplica do original. Todas as imagens (santas e santos) datadas do séculos XVIII, trazidas pelos fundadores do município de Santa Luzia, foram saqueadas ao longo dos anos. Por requerimento do padre, o IPHAN realizou visitas à igreja para análise de uma possível parceria, porém não houve interesse, uma vez que foi constatado que a igreja foi completamente descaracterizada. Apesar de todos esses obstáculos, o Igreja de Santa Luzia tem uma significativa representatividade, levando em consideração a sua acessível localização e a sua história, que - assim como aconteceu com a maior parte da sua estrutura física - nunca poderá ser substituída.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO NOS POVOADOS PAU TORTO, SÃO JOSÉ E PRIAPU.
No dia 22 de julho os diagnósticos participativos foram retomados, depois de três semanas de intervalo. Neste intervalo, aos participantes do workshop de roteirização, que aconteceu no dia 01/07, foi solicitado o preenchimento da ficha de hierarquização com cinco atrativos existentes no entorno ou no município de Santa Luzia.
Como vem acontecendo, nos encontramos às 9h em frente à Secretaria de Educação e Cultura de Santa Luzia. O diagnóstico participativo do dia 22 de julho contemplou o que chamamos “Roteiro Agroturístico”, cujos atrativos se encontram concentrados nos povoados Pau Torto I e II, São José e Priapu, situados a proximadamente 10 km da sede de Santa Luzia.
O ônibus utilizado por nós, cedido pela Secretaria de Educação e Cultura de Santa Luzia, seguiu direto para o Sítio Ebenezer, localizado no povoado Pau Torto II. A visita por esta propriedade foi conduzida pelo proprietário e participante das duas etapas do Plano, o agricultor familiar José Robério de Jesus Sousa. Ao entrarmos em sua propriedade, já em meio ao cultivo de laranjas, ele nos apresentou técnicas orgânicas que emprega para proteger sua plantação e meio ambiente em geral. Em sua propriedade o agricultor cultiva laranjeira, banana, cocos, manga, hortaliças, mandioca, batata doce, inhame, entre outros.
Perto da área de cultivo, além da casa onde moram os pais de José Robério, há três casinhas que, segundo revelou o agricultor, poderão ser destinadas à hospedagem domiciliar, caso a propriedade venha a ser explorada turisticamente. Perto das pequenas casas há um rio - que em determinados pontos chega a até 1 metro de largura – que servirá também de atrativo turístico aos futuros visitantes.
Passando o estreito rio que divide a propriedade do agricultor, fizemos um trilha de vinte minutos margeando o rio em meio à mata; uma trilha agradável, de baixo impacto, que poderia ser utilizada como opção ao visitante da propriedade Ebenezer. Cabe ressaltar que a trilha se encontra em propriedade particular, por isso devemos procurar seu proprietário a fim de averiguar a possibilidade de uso turístico da mesma.
Terminada a trilha voltamos ao ônibus e fomos conhecer a nascente do rio, que já se encontra no povoado Priapu. Verificamos que a mesma se encontra em local de difícil acesso e não pôde ser avistada por conta da vegetação alta que a encobre no momento.
Por volta do meio dia fomos almoçar na casa de Dona Rosa, uma conhecida cozinheira da região, situado no povoado São José. Ela e o seu marido foram receptivos e nos trataram muito bem. O cardápio apresentado por Dona Rosa, que incluía desde arroz, salada, feijão de corda, frango ao molho pardo, galinha caipira, farofa, carne assada a sucos naturais de graviola e laranja e sobremesas como doce de banana e doce de leite, foi elogiada por todo o grupo. Analisamos que trata-se de um local que merece ser inserido no roteiro.
Depois de uma pequena pausa fomos visitar a casa grande do antigo Engenho São José, uma casa histórica de onde pode-se avistar uma chaminé que sinaliza os tempos de plantio de açúcar. A casa que é citada como Associação Comunitária do povoado, se encontra em estado precário e, aparentemente, sem utilização. Caso seja restaurada, poderá ser utilizada como um atrativo histórico, uma sede para comercialização de produtos artesanais e agropecuários e inclusive, como meio de hospedagem.
Por volta das 14h30 fomos visitar a Cachaçaria Reserva do Barão, situada no povoado Priapu. A cachaça artesanalmente produzida aí e comercializada em todo o pais e inclusive importada para outros países. Nesta visita podemos percorrer compartimentos distintos nos quais a cana de açúcar e transformada em cachaça. O compartimento onde dezenas de tonéis são reservados por cerca de oito anos encanta e emociona os visitantes. Ao final, vemos como a cachaça é engarrafada e como finalmente se encontra para ser comercializada. Nos dias de produção, entre os meses de setembro e janeiro, o proprietário possibilita que o visitante deguste confortavelmente a cachaça. Por possuir apropriada infraestrutura, o local pode ser apontado como um dos atrativos do roteiro que será criado pelo Plano.
Terminada a visita à cachaçaria, voltamos ao ônibus e fomos visitar a horta orgânica de Priapu, onde se produz tomate, cenoura, quiabo, batata, repolho, alface, entre outros produtos orgânicos. A horta é administrada por quatro mulheres, entre elas Solange dos Santos e Maria Amália Fiel, que nos explicaram como se dá o processo de plantação, colheita e venda de tudo que é produzido por elas. O principal consumidor desses produtos é a Prefeitura de Santa Luzia do Itanhi, que destina estes alimentos às escolas municipais, e a outra parte da produção é comercializada no próprio local.
Com esta visita percebeu-se grande interesse dos agricultores da região em participar do Plano de Gestão Participativa do Turismo, cientes de que os mesmos necessitarão aperfeiçoar as condições de infraestrutura existentes para adequar-se à futura demanda de visitantes nas comunidades.