segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO – SEDE DE SANTA LUZIA DO ITANHI

No dia 05 de agosto de 2011, como havíamos agendado com os participantes do Plano de Gestão Participativa do Turismo, nos encontramos para realizar mais um diagnóstico participativo, dessa vez na própria sede do município de Santa Luzia do Itanhi. Antes de iniciarmos a visita, nos reunimos para preencher as tabelas de hierarquização de alguns atrativos já visitados e também, para discorrer sobre o roteiro que faríamos naquele dia.


Fachada do casarão da Fazenda Castelo.

 









José Francisco relatando a história da fazenda.
Vista da fazenda desde a varanda do antigo casarão.

O segundo local visitado para a realização do diagnóstico participativo foi a Igreja de Santa Luzia do Itanhi, localizada no alto de uma pequena colina, logo na entrada do município. Importante atrativo turístico e cultural por ter sido berço católico do estado, foi nesta igreja em que o padre Gaspar Lourenço celebrou a primeira missa de Sergipe, em 1575. Conversamos com o padre da paróquia há três anos e meio, Genivaldo dos Santos, que relatou detalhes sobre o santuário, no qual a princípio era denominado de Igreja São Tomé. Ao ser questionado pela consultora Gabriela Nicolau sobre as características originais que a igreja ainda mantêm desde a sua construção, ele aponta para as paredes de 1 metro e meio de largura, afirmando que estas são as únicas propriedades originais restantes na igreja. O telhado e o piso foram substituídos algumas vezes, assim como o altar, que hoje é uma réplica do original. Todas as imagens (santas e santos) datadas do séculos XVIII, trazidas pelos fundadores do município de Santa Luzia, foram saqueadas ao longo dos anos. Por requerimento do padre, o IPHAN realizou visitas à igreja para análise de uma possível parceria, porém não houve interesse, uma vez que foi constatado que a igreja foi completamente descaracterizada. Apesar de todos esses obstáculos, o Igreja de Santa Luzia tem uma significativa representatividade, levando em consideração a sua acessível localização e a sua história, que - assim como aconteceu com a maior parte da sua estrutura física - nunca poderá ser substituída.













Caminhando em direção à Igreja de Santa Luzia do Itanhi.









Marco que representa a importância histórica e religiosa do atrativo.



O primeiro atrativo visitado foi a Fazenda Castelo, propriedade na qual não conseguimos adentrar durante as visitas aos engenhos de Santa Luzia (no dia 30 de junho) por não termos a devida autorização. Dessa vez, no entanto, contatamos antecipadamente o proprietário, o Sr. Raimundo Juliano, e ao explicarmos o relevante motivo da visitação, a nossa entrada foi permitida. Além dos participantes do workshop, também esteve presente conosco o Secretário Municipal de Finanças e historiador, Ednei Santos, que passou a nos relatar interessantes fatos sobre a história da fazenda e de Santa Luzia do Itanhi desde o início da nossa visita. Fomos recebidos pelo gerente da Fazenda Castelo, o Sr. José Francisco, que explicou o motivo da restrição da entrada no antigo casarão: preservar o imóvel e os objetos de grande estima histórico guardados em seu interior. A boa conservação do local é observada desde a área externa da fazenda - onde se pode avistar as chaminés do antigo engenho de açúcar – até o interior do casarão. Fomos comunicados que fotografias não seriam permitidas no local, já que os proprietários prezam pela privacidade dos itens pessoais da família encontrados ali. A antiga casa impressiona pela fascinante arquitetura, enormes e detalhadas pinturas em diversas paredes dos salões e móveis dos séculos XVIII e XIX encontrados em quase todos os cômodos. Enquanto caminhávamos pelos extensos corredores do casarão, o Sr. José Francisco nos relatava a exímia história da fazenda, cuja foi construída na encosta de uma elevação voltada para o vale do rio Ariquitiba, que cobreja ao norte da cidade de Santa Luzia do Itanhi, e possui um dos conjuntos arquitetônicos mais preservados da memória açucareira sergipana. Fomos informados que o Sr. Raimundo Juliano, tem interesse em abrir as portas da Fazenda Castelo para o turismo – inclusive, já existe um projeto concluído para a construção de um Museu do Engenho, assim como uma área que denominada “Fazenda Ecológica”, com bangalôs e ampla área de lazer para os visitantes – porém, o mesmo alega que só executará o projeto quando o Governo do Estado passar a investir com mais vigor no desenvolvimento do turismo na região sul sergipana.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

OFICINAS DE MOBILIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DE TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA (TBC) E WORKSHOP DE ROTEIRIZAÇÃO EM ESTÂNCIA

No início do mês de julho, a secretaria de turismo de Estância – através da diretora de turismo, Manuela Brasil – organizou a comunidade convidando líderes comunitários e agentes do trade turístico para as oficinas de sensibilização e mobiliação do Turismo de Base Comunitária, que aconteceram nos dias 26 e 28 de julho, das 09h00 às 12h00, no Sebrae de Estância.

No dia 26 de julho foram passadas noções iniciais de turismo, de turismo de base comunitária (TBC), de sustentabilidade e segmentação turística. Este primeiro dia de sensbilização e mobilização contou com a participação de líderes comunitários dos povoados Muculanduba e Farnaval, entre eles, artesãos, proprietários de hotéis e pousadas, além dos secretários de Turismo, Luiz Carlos dos Santos e de Cultura, Juventude e Desporto, Aurenitha Morgana.

No dia 28 de julho foram passadas as diretrizes do TBC e as formas como este tipo de turismo se inserem no macroprograma do Ministério do Turismo, o Programa de Regionalização do Turismo (PRT). Diante do interesse e da disponibilidade dos participantes em seguir adiante, decidimos avançar para a etapa de workshops de roteirização em Estância. Definimos então que voltaríamos a nos encontrar no dia 04 de agosto, na parte da manhã e da tarde.

Oficinas de sensibilização e mobilização realizadas na sede do SEBRAE em Estância.


Pela manhã foi realizada uma dinâmica de grupo com os presentes, a fim de levantar as forças, oportunidades, ameaças e fraquezas existentes no município para o desenvolvimento do turismo. Os principais atrativos turísticos foram, assim, levantados: Lagoa dos Tambaquis, festas juninas, praias, casarões históricos e artesanato local. Em seguida, os principais pontos fracos foram apontados: necessidade de mais segurança e limpeza, melhorias na infraestrutura das praias e acesso aos povoados, manutenção do patrimônio arquitetônico local, entre outros.

Por volta do meio dia, a convite da Secretaria de Turismo de Estância, fomos almoçar no X-PTO, ou “X”, como é chamado este importante restaurante de Estância, que guarda lembranças de um cliente ilustre, o escritor baiano Jorge Amado, que deixou registrado numa placa seu apreço pelo local. A comida caseira e bem temperada foi elogiada por todos. Às 14h00 voltamos ao SEBRAE, onde foi apresentada aos participantes a ficha de hierarquização de atrativos turísticos utilizada pela OMT e o Ministério do Turismo. Para aprender a preenchê-la, utilizamos o Restaurante X-PTO, pontuando com uma escala de 0 a 3 cada um dos itens da ficha.

Restaurante XPTO, visitado e avaliado pelos participantes do workshop de roteirização.


No final do workshop, definimos o dia 12 de agosto, próxima sexta-feira, para realizarmos o primeiro diagnóstico participativo de Estância. Definimos que os atrativos visitados – organizados no que chamamos de Roteiro Praias – serão o povoado Farnaval, onde estão a praia e o mangue, uma mangueira de 200 anos e o restaurante de Maria José Santos Rodrigues (que nos oferecerá pastéis de aratu). Visitaremos ainda as praias do Saco, do Abaís e a lagoa dos Tambaquis. Neste dia, definiremos o segundo dia de diagnóstico, o Roteiro Histórico-Cultural, que contemplará o centro histórico da cidade, a Fábrica Santa Cruz, o Porto d’Areia, o Centro de Artesanato. Se a visita ocorrer como planejada, terminaremos este dia dançando ao som da Batucada, já que a chefe do grupo, dona Josefa Maria Santos de Assunção, tem participado ativamente das oficinas e workshops realizados no Sebrae e ministradas pela consultora em Turismo de Base Comunitária, Gabriela Nicolau.

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO NOS POVOADOS PAU TORTO, SÃO JOSÉ E PRIAPU.

No dia 22 de julho os diagnósticos participativos foram retomados, depois de três semanas de intervalo. Neste intervalo, aos participantes do workshop de roteirização, que aconteceu no dia 01/07, foi solicitado o preenchimento da ficha de hierarquização com cinco atrativos existentes no entorno ou no município de Santa Luzia.

Como vem acontecendo, nos encontramos às 9h em frente à Secretaria de Educação e Cultura de Santa Luzia. O diagnóstico participativo do dia 22 de julho contemplou o que chamamos “Roteiro Agroturístico”, cujos atrativos se encontram concentrados nos povoados Pau Torto I e II, São José e Priapu, situados a proximadamente 10 km da sede de Santa Luzia.

O ônibus utilizado por nós, cedido pela Secretaria de Educação e Cultura de Santa Luzia, seguiu direto para o Sítio Ebenezer, localizado no povoado Pau Torto II. A visita por esta propriedade foi conduzida pelo proprietário e participante das duas etapas do Plano, o agricultor familiar José Robério de Jesus Sousa. Ao entrarmos em sua propriedade, já em meio ao cultivo de laranjas, ele nos apresentou técnicas orgânicas que emprega para proteger sua plantação e meio ambiente em geral. Em sua propriedade o agricultor cultiva laranjeira, banana, cocos, manga, hortaliças, mandioca, batata doce, inhame, entre outros.

Ao fundo, o proprietário José Robério mostra as mudas destinadas ao reflorestamento do seu sítio.


Perto da área de cultivo, além da casa onde moram os pais de José Robério, há três casinhas que, segundo revelou o agricultor, poderão ser destinadas à hospedagem domiciliar, caso a propriedade venha a ser explorada turisticamente. Perto das pequenas casas há um rio - que em determinados pontos chega a até 1 metro de largura – que servirá também de atrativo turístico aos futuros visitantes.


Casas do sítio Ebenezer que poderão ser adaptadas e utilizadas para hospedagem domiciliar.


Passando o estreito rio que divide a propriedade do agricultor, fizemos um trilha de vinte minutos margeando o rio em meio à mata; uma trilha agradável, de baixo impacto, que poderia ser utilizada como opção ao visitante da propriedade Ebenezer. Cabe ressaltar que a trilha se encontra em propriedade particular, por isso devemos procurar seu proprietário a fim de averiguar a possibilidade de uso turístico da mesma.

Terminada a trilha voltamos ao ônibus e fomos conhecer a nascente do rio, que já se encontra no povoado Priapu. Verificamos que a mesma se encontra em local de difícil acesso e não pôde ser avistada por conta da vegetação alta que a encobre no momento.

Por volta do meio dia fomos almoçar na casa de Dona Rosa, uma conhecida cozinheira da região, situado no povoado São José. Ela e o seu marido foram receptivos e nos trataram muito bem. O cardápio apresentado por Dona Rosa, que incluía desde arroz, salada, feijão de corda, frango ao molho pardo, galinha caipira, farofa, carne assada a sucos naturais de graviola e laranja e sobremesas como doce de banana e doce de leite, foi elogiada por todo o grupo. Analisamos que trata-se de um local que merece ser inserido no roteiro.

O diversificado cardápio de comida caseira oferecido por Dona Rosa.


Depois de uma pequena pausa fomos visitar a casa grande do antigo Engenho São José, uma casa histórica de onde pode-se avistar uma chaminé que sinaliza os tempos de plantio de açúcar. A casa que é citada como Associação Comunitária do povoado, se encontra em estado precário e, aparentemente, sem utilização. Caso seja restaurada, poderá ser utilizada como um atrativo histórico, uma sede para comercialização de produtos artesanais e agropecuários e inclusive, como meio de hospedagem.

Por volta das 14h30 fomos visitar a Cachaçaria Reserva do Barão, situada no povoado Priapu. A cachaça artesanalmente produzida aí e comercializada em todo o pais e inclusive importada para outros países. Nesta visita podemos percorrer compartimentos distintos nos quais a cana de açúcar e transformada em cachaça. O compartimento onde dezenas de tonéis são reservados por cerca de oito anos encanta e emociona os visitantes. Ao final, vemos como a cachaça é engarrafada e como finalmente se encontra para ser comercializada. Nos dias de produção, entre os meses de setembro e janeiro, o proprietário possibilita que o visitante deguste confortavelmente a cachaça. Por possuir apropriada infraestrutura, o local pode ser apontado como um dos atrativos do roteiro que será criado pelo Plano.

Gilton Silva apresenta a etapa de engarrafamento da cachaça Reserva do Barão.

Terminada a visita à cachaçaria, voltamos ao ônibus e fomos visitar a horta orgânica de Priapu, onde se produz tomate, cenoura, quiabo, batata, repolho, alface, entre outros produtos orgânicos. A horta é administrada por quatro mulheres, entre elas Solange dos Santos e Maria Amália Fiel, que nos explicaram como se dá o processo de plantação, colheita e venda de tudo que é produzido por elas. O principal consumidor desses produtos é a Prefeitura de Santa Luzia do Itanhi, que destina estes alimentos às escolas municipais, e a outra parte da produção é comercializada no próprio local.


Equipe visita hortas orgânicas de Priapu.

Com esta visita percebeu-se grande interesse dos agricultores da região em participar do Plano de Gestão Participativa do Turismo, cientes de que os mesmos necessitarão aperfeiçoar as condições de infraestrutura existentes para adequar-se à futura demanda de visitantes nas comunidades.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

VISITAS AOS ANTIGOS ENGENHOS DE SANTA LUZIA DO ITANHI

No dia 30 de junho de 2011, acompanhadas da presidente do IPTI e coordenadora geral do Plano de Gestão Participativa do Turismo em Santa Luzia, Renata Piazzalunga, visitamos as propriedades rurais que possuem significativo valor para a história de Sergipe e considerável potencial turístico para a região sul do Estado, já que foram sedes de importantes engenhos de açúcar entre os séculos XVI e XX. O objetivo destas visitas é realizar um diagnóstico sobre o real potencial de atratividade, representatividade - histórica e cultural -, estado de conservação, infraestrutura e acesso de cada propriedade rural indicada como um possível atrativo turístico de Santa Luzia do Itanhi. A primeira parte da metodologia propõe visitas de campo com registros fotográficos / audiovisuais, e levantamento de informações básicas com os proprietários presentes na ocasião e trabalhadores locais. Num segundo momento, serão enviados convites aos proprietários das fazendas para uma reunião com representantes do IPTI e do SEBRAE com o propósito de apresentar um roteiro turístico (elaborado com base nas sugestões da comunidade local e visitas técnicas realizadas) onde suas propriedades seriam os principais atrativos visitados. Após este contato inicial, os proprietários interessados realizariam, em parceria com o SEBRAE, viagens a outras fazendas que exploram o turismo rural e cultural a fim de conhecer melhores práticas, num procedimento similar ao Benchmarking [1]. Ao presenciar alguns cases de sucesso, a possibilidade de os proprietários abrirem as portas das suas fazendas para o turismo aumentará significativamente, assim como o estímulo para realizar novos investimentos com intuito de recuperar o tão valioso patrimônio pertencente ao Estado e ao povo de Santa Luzia do Itanhi.

Guiadas pelo assessor da Secretaria Municipal do Turismo, Esporte, Lazer e Cultura de Santa Luzia do Itanhi, Alencar Oliveira, iniciamos as visitas pelo Engenho Antas, situado a apenas 2 km de distância da sede de Santa Luzia. Construída no ano de 1825, o engenho do Grupo Alves Sobrinho teve participação importante na economia da época. Percebemos que a sede do engenho está em avançado estado de desgaste. Em seu interior foram inseridos móveis que descaracterizam o seu estilo colonial. Na parte externa do casarão encontramos uma chaminé do antigo engenho, partes da usina e algumas casas de trabalhadores que vivem na propriedade. Como o acesso ainda é bastante precário e não possui nenhum tipo de sinalização, é preferível ir até o local num carro com suspensão elevada e acompanhado por um conhecedor da região.


Fachada do Engenho Antas, a 2 km da sede.

Desgaste visível em partes do antigo Engenho.


Terminada esta primeira visita, percorremos mais 4 km até chegarmos ao Engenho São Félix, que foi erguido no ano de 1632 e é considerado o segundo engenho mais antigo de Sergipe. A propriedade foi tombada como patrimônio do Estado em 06 de janeiro de 1984 e passou por uma recente reforma, preservando as suas características originais. Além dos móveis coloniais, a propriedade conserva a antiga senzala na parte inferior do casarão e 250 hectares com pequenos córregos, nascentes, restinga de mata atlântica e estruturas históricas como a chaminé da antiga usina. Hoje a renda gerada na propriedade vem da criação de gado, mas segundo fomos informados durante essa visita, o proprietário Sr. Gilberto Vieira Leite Neto demonstra interesse em investir na recepção de turistas e visitantes no histórico engenho. O acesso é possível em qualquer clima, já que o mesmo se encontra muito próximo à cidade e tem a boa condição da estrada como sua aliada.


Fachada do Engenho São Félix, o segundo mais antigo de Sergipe.


Sala do casarão onde o barão recebia os seus convidados.

Quadros com imagens dos antigos proprietários do Engenho São Felix.


A Fazenda Priapu da Feira, terceira propriedade visitada pela equipe, não foi engenho no período colonial, entretanto, possui a característica de ser a única fazenda em Sergipe a produzir cachaça envelhecida em barril de carvalho, a cachaça Reserva do Barão. Hoje sua principal fonte de renda ainda é a pecuária e agricultura, mas a produção da cachaça feita de forma totalmente artesanal é uma particularidade que nos leva a crer que este poderá vir a ser um dos atrativos turísticos “carro-chefe” de Santa Luzia do Itanhi. Um dos funcionários da Cachaçaria, Gilton Silva, nos levou para um tour e desvendou o processo de fabricação da cachaça, passo a passo. Um destino brasileiro que pode ser considerado referência na arte de atrair visitantes para contemplar a fabricação da cachaça é a Fazenda do Anil, localizada na divisa de Vassouras e Miguel Pereira - Região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Com simpatizantes e admiradores em todo o Brasil e de outros países, para onde é exportada, a fazenda do Anil constantemente recebe visitantes para observar o processo de produção da cachaça Magnífica e naturalmente, degustá-la e adquiri-la ao final do tour. http://www.cachacamagnifica.com.br/.


Um dos passos da fabricação da cachaça: a diluição.


Sala de envelhecimento em barris de carvalho.


O produto final: Cachaça Reserva do Barão.


O último local a ser visitado foi Engenho Cedro, que está localizado a aproximadamente 25 km da sede de Santa Luzia, sendo a mais distante de todas as propriedades visitadas. Ao chegar, nos deparamos com uma enorme área verde e o antigo engenho completamente em ruínas. Descemos para fotografar e conversar com o caseiro da região, que nos indicou a casa dos proprietários na fazenda Santa Mônica. Tivemos a oportunidade de conversar com dois irmãos que herdaram aquelas terras e hoje as utilizam para a criação de gado e destino de lazer da família de Aracaju e Salvador. Ao serem apresentados ao Plano de Gestão Participativa do Turismo de Santa Luzia do Itanhi, ambos demonstraram interesse em abrir as portas da fazenda para a chegada de visitantes e turistas.


Antigo engenho em total estado de abandono.


A casa sede da fazenda Santa Mônica, dentro da região do Cedro.


O único engenho que não conseguimos entrar - já que a cancela encontrava-se trancada – foi o Engenho Castelo, cujo proprietário é o Sr. Raimundo Juliano Souto Santos. Porém, através de um trabalho de conclusão de curso realizado em 2009 pela turismóloga Leila Correia, apresentado pelo gerente da fazenda em uma das oficinas de sensibilização e mobilização da 1a etapa do Plano, pudemos conhecer parte da história e arquitetura deste engenho, assim como observar imagens de móveis e objetos de época que estão em perfeito estado de conservação. A principal atividade econômica da fazenda também é a pecuária de corte e, espalhados entre os seus 1500 hectares, destacam-se rios, nascentes, açudes, uma pequena cachoeira, mata ciliar, dentre outros. As principais vantagens percebidas para o desenvolvimento turístico nesta propriedade foram o bom estado de conservação da casa grande do antigo engenho, acesso facilitado em qualquer clima e a sua localização privilegiada na entrada do município de Santa Luzia do Itanhi.


Propriedade bem conservada e estrategiacamente localizada.


Programa Terra Serigy sobre os engenhos de Santa Luzia do Itanhi:

http://www.youtube.com/watch?v=Rj1VuWFRwPs


[1] "Benchmarking é simplesmente o método sistemático de procurar os melhores processos, as idéias inovadoras e os procedimentos de operação mais eficazes que conduzam a um desempenho superior" (Christopher E. Bogan).


Parte das informações citadas neste texto foram retiradas do artigo “A SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA COMO PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO PARA AS COMUNIDADES RURAIS NO ESTADO DE SERGIPE”, de Klázia Kate Santana Souza Salomão / AriolinoMoura de Oliveira Neto.

domingo, 3 de julho de 2011

Visita técnica à Mata do Pau Torto

A primeira visita técnica realizada na segunda etapa do Plano de Gestão Participativa de Santa Luzia do Itanhi, realizada pelo IPTI, foi ao povoado de Pau Torto, a 12km da sede do município. Ao todo compareceram 15 participantes - representantes da sede de Santa Luzia do Itanhi e dos povoados São José, Priapu, Piçarreira, Murici e Rua da Palha. Cinco novos membros (que não participaram das etapas de sensibilização e mobilização) se uniram a nós no Assentamento Agrovila em Pau Torto, acompanhados do líder local Vandilson Santos. Como no município de Santa Luzia do Itanhi encontra-se uma das maiores reservas de Mata Atlântica do estado, fomos conduzidos a conhecer – a 1,5 km do Assentamento - parte da reserva do Pau Torto. Em aproximadamente uma hora e meia, caminhamos pela mata fechada, com pequenas e estreitas trilhas em seu interior. A reserva é bastante compacta e impressiona pela altura das copas das árvores, o que a torna uma boa opção para a exploração de atividades ligadas ao ecoturismo e turismo de aventura, como o trekking.

Liderança local faz explanações sobre a reserva de Mata Atlântica em Pau Torto.

Ao longo do caminho, parávamos para ouvir histórias de como o líquido retirado das árvores comuns na região cura ferimentos ou de pedaços de troncos que serviam como excelente defumador para casas. Apesar do nosso condutor local, Vandilson Santos, ser grande conhecedor da mata e de boa parte do ecossistema encontrado ali, ficou evidente a importância de um engenheiro florestal, biólogo ou guia de turismo especializado para ilustrar tecnicamente a diversidade que estávamos presenciando e a importância daquela experiência na vida dos visitantes que optaram por desbravar tal roteiro. Quando não há um atrativo significativo a ser alçado ao fim da trilha, como uma cachoeira ou uma vista singular, o trabalho do guia de turismo deverá ser ainda mais intensificado durante o percurso para fazer valer o esforço dos visitantes que chegaram até ali.

Comunidade local participa da trilha ecológica realizada pelo IPTI.

Em vários trechos podemos perceber a dificuldade de travessia para alguns visitantes menos experientes, pois haviam desde pequenos riachos a grandes troncos caídos pelo caminho. Com isso, observamos a importância da presença de um profissional com curso de primeiros socorros transportando um kit com as medicações necessárias para quaisquer emergências inesperadas. Outro passo fundamental é comunicar com antecedência aos participantes o tempo do percurso e as particularidades da trilha ecológica a ser realizada, assim como orientá-los sobre o uso de repelente contra insetos, protetor solar, boné, botas sete léguas e calça jeans durante todo o trajeto. O ponto fraco apontado pelos participantes do potencial visitado, além da dificuldade de alguns para atravessar trechos mais intricados, é a retirada ilegal de madeira e a considerável quantidade de lixo deixada pela própria comunidade local na entrada da Mata. (Explica-se que o motivo da prática se deve à falta de coleta de lixo naquela específica área).

Ao final da visita técnica, os participantes almoçaram no restaurante Ponto 100 localizado no povoado Priapu II (a 3km da entrada da Mata), onde foi servido com agilidade e notória receptividade, comida caseira saborosa com opções de carne, frango e camarão a R$10 por pessoa.

Almoço com a comunidade em restaurante do povoado após trilha ecológica.


Potencial turístico visitado: Reserva da Mata Atlântica

Povoado: Pau Torto

Data: 21 de junho de 2011

Tempo para a realização da visita: 3h

Número de participantes: 20